Histórico

Napolitano confirma desejo do governo em debater reforma

Secretária de Segurança Nacional, porém, admite que momento é delicado

A pressão de ativistas em favor da tão esperada reforma da lei imigratória é intensa. Por isso, a secretária de Segurança Nacional (Department of Homeland Security), Janet Napolitano, fez questão de abordar o assunto numa entrevista coletiva realizada esta semana durante um café da manhã na sede do Christian Science Monitor. “O presidente Obama deixou claro que pretende iniciar o debate sobre a matéria em seu primeiro ano de gestão. Quando e como isso será feito eu não sei, mas não tenho dúvidas de que a promessa será cumprida”, disse Napolitano.

Os defensores dos direitos dos indocumentados ficaram satisfeitos com as palavras da secretária, até porque ela tem sido a responsável pela mudança de atitudes da polícia de imigração – que está sob a tutela da DHS – no tocante ao alvo principal das operações: Napolitano indicou que pretende focar a atuação nos empregadores que buscam lucro ao utilizar mão de obra irregular. “Mais importante do que prender um monte de trabalhadores indocumentados é punir o empresário que emprega estas pessoas sabendo da situação delas. A questão da imigração ilegal obedece à demanda por trabalho neste país”, acrescentou.

Napolitano, porém, fez questão de destacar que o momento de crise e recessão realmente prejudica o objetivo do governo, numa opinião que contraria as de fontes dentro da Casa Branca. “Com a economia em baixa fica mais difícil convencer a população de que a legalização de 12 milhões de imigrantes é um passo positivo. Com os altos índices de desemprego, qualquer medida que pareça tirar os postos de trabalho dos cidadãos enfrentará muita resistência”, ponderou a secretária. Ela ressaltou, no entanto, que com o número em queda das tentativas de entrada ilegal na América, o debate acerca dos imigrantes esfriou um pouco.

Assessores de Obama disseram recentemente que a legalização dos imigrantes pode ser um estímulo para a economia americana. Esta também é a opinião do ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano), Alan Greenspan, que não tem dúvidas de que os indocumentados que vivem neste país deram uma significante contribuição para o país e poderiam ser ainda de mais valia se fossem regularizados. O objetivo dos ativistas é, agora, fomentar junto à opinião pública de que a legalização não afetaria os empregos dos cidadãos. “A culpa do desemprego não é dos imigrantes”, reforçou Rob Paral, do Centro de Políticas Imigratórias.

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