Histórico

Nas eleições legislativas, americanos mostram insatisfação com governo

Democratas perdem maioria na Câmara e republicanos agora dão as cartas no Congresso

Depois da derrota nas urnas, há dois anos, na campanha arrasadora de Barack Obama à Casa Branca, os republicanos agora voltam a desfrutar do poder nos Estados Unidos. O resultado das eleições legislativas mostrou o que as pesquisas de opinião já indicavam, ou seja, a população não aprova o governo democrata, que perdeu 60 cadeiras “e a maioria ” na Câmara dos Representantes.
“Algumas eleições são mais divertidas que outras, algumas são excitantes, outras nos deixam cabisbaixos. As pessoas estão frustradas.
Como presidente, eu assumo a responsabilidade por isso”, afirmou Barack Obama, fazendo mea-culpa. Quem também deu o tom do momento foi o provável futuro presidente da Casa, John Boehner. “A atual agenda foi rejeitada. O povo americano quer que façamos alguma coisa sobre corte de gastos aqui em Washington e ajudar a criar um ambiente em que nós tenhamos empregos de volta”, disse o líder da oposição ao presidente. Boehner também anunciou outra prioridade do partido: Reverter a reforma da saúde, classificada pelo deputado como “monstruosidade”.

Esta foi a maior derrota de um partido na Câmara em 62 anos ” em 1948 os democratas perderam 75 cadeiras no Congresso. Obama ainda tenta, junto às líderes de oposição, encontrar o que chamou de “terreno comum” para buscar avanços em vários setores. Boehner, porém, já adiantou que as prioridades dos dois partidos têm pontos opostos. No Senado, os democratas também perderam assentos, mas mantiveram a maioria. Nos estados, o sangramento também é grande e, até o momento, os democratas conseguiram oito cargos e os republicanos, 21.

Emblemático foi o que aconteceu em Illinois, onde o republicano Mark Kirk conquistou a cadeira que foi anteriormente do próprio presidente Barack Obama. A derrota do democrata Alexi Giannoulias representa um embaraço para a Casa Branca, já que o estado tem tradição democrata. Nos últimos dias de campanha, não apenas o presidente, mas até a primeira-dama, Michelle Obama, participou de comícios e corpo-a-corpo com eleitores. Mas os republicanos fizeram da conquista do antigo assento do presidente uma das prioridades na corrida eleitoral e se saíram bem.

Segundo analistas políticos, a capacidade deste governo de fazer grandes novos programas já estava limitada e o resultado das urnas só vai piorar o panorama. A chave para a governabilidade nos próximos dois anos e, quem sabe, para a reeleição, está na economia. O objetivo dos democratas e de Obama está na retomada do crescimento e dos empregos.

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