Histórico

Novo projeto de lei sobre imigração é debatido no Congresso dos EUA

Proposta enche de otimismo aqueles que defendem a legalização dos cerca de 12 milhões de indocumentados no país

O tema imigração voltou à pauta do Congresso dos Estados Unidos: o assunto foi debatido esta semana, depois que uma proposta apresentada em conjunto por democratas e republicanos gerou grande polêmica. Pelo projeto, o governo dos EUA deve intensificar a segurança nas fronteiras, mas ao mesmo tempo oferecer a possibilidade de cidadania aos que vivem no país sem documentos.
A proposta foi apresentada pelos representantes (deputados) Luis Gutierrez, democrata de Illinois, e Jeff Flake, republicano do Arizona. Entre os pontos do novo projeto de lei, receberiam visto de residente permanente por seis anos os estrangeiros que entraram nos EUA antes de 1º de junho de 2006, não possuam registro policial e estivessem dispostos a pagar uma multa de dois mil dólares e ainda os impostos atrasados pelo período que aqui permaneceram. Após seis anos, se o imigrante continuar com a ficha limpa e souber falar inglês, ele poderá aplicar para o Green Card e, posteriormente, à cidadania.
Do texto constam ainda outras propostas, certamente incluídas para satisfazer o grupo mais radical do Congresso, como a da criação de novos presídios para imigrantes, mais verbas para reforçar a segurança na fronteira com o México e penas mais pesadas para os crimes cometidos por indocumentados. Também está prevista uma nova forma de certificação, com sistemas mais confiáveis, para garantir aos empregadores todas as ferramentas necessárias para evitar a contratação de ilegais. Com relação ao Senado norte-americano, é provável que os senadores John McCain (republicano do Arizona) e Edward Kennedy (democrata do Massachusetts) apresentem também uma proposta semelhante na semana que vem.
A notícia foi recebida com alegria no Sul da Flórida, especialmente por empresários, líderes comunitários e defensores dos imigrantes, todos torcendo por uma solução humana e economicamente viável para o problema. “A proposta é o primeiro passo, um ótimo primeiro passo”, disse Francois Leconte, diretor do Minority Development and Empowerment Inc., em Fort Lauderdale, acrescentando que as pessoas beneficiadas com uma lei deste tipo são “trabalhadoras, pagam taxas, nunca cometeram crimes e vivem no país há muito tempo”.
Já Frank Sharry, diretor executivo do Fórum Nacional de Imigração, disse que projetos de leis relativos à imigração vêm sendo discutidos quase diariamente no Congresso, em busca de um consenso na matéria. “Nossas chances são superiores a 50% e este ano é capaz de acontecer algo bom”, disse.
Mas nem tudo são flores. A proposta teve também opositores, cujo argumento é que os EUA não têm condições de agüentar um fluxo grande de indocumentados. Para Caroline Espinosa, porta-voz do NumbersUSA, grupo que defende leis mais severas em termos de imigração, o projeto é uma espécie de anistia, “pois os ilegais quebraram as leis”. É certo, porém, que o projeto de lei tem mais chance de ser aprovado agora, que a Casa é controlada por democratas.

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