Momento difícil prejudica ainda mais os imigrantes em todo o mundo
Os imigrantes que contribuíram para o crescimento da economia do mundo industrializado durante seus anos de florescimento agora são alvos de exclusão à medida que piora a crise econômica mundial e se multiplica o desemprego a seu nível mais alto em meio século, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em resposta à recessão, os governos começaram a tomar medidas de proteção para sua mão de obra local, deixando os imigrantes expostos ao desemprego, à discriminação e à xenofobia, divulgou a OCDE em seu relatório anual sobre a migração internacional.
“A migração não é uma torneira que pode ser aberta e fechada quando bem entender”, comentou o mexicano José Angel Gurría, secretário geral da OCDE. “Ao enfrentar a crise trabalhista, os governos precisam assegurar-se de que os imigrantes não se sintam vítimas de uma crescente xenofobia e de atitudes discriminatórias que possam piorar uma situação por si só já bem difícil”, acrescentou.
A OCDE é um fórum de 30 países membros, entre eles, Estados Unidos, Grã Bretanha e França, para tratar as políticas socioeconômica e ambiental relacionadas com a globalização.
Em seu relatório, a OCDE revelou que na década anterior à crise, os imigrantes participaram efetivamente do crescimento do emprego, que subiu 58% nos Estados Unidos e 71% no Reino Unido.
Pior recessão
No entanto, em momentos em que a economia dos membros da OCDE caiu em sua pior recessão desde a Grande Depressão da década de 30, o desemprego disparou e poderá chegar a 10% no final deste ano.
Isto afeta os imigrantes, que estão representados desproporcionalmente em vários setores da economia, como a construção, manufatura e varejo, que têm sido os mais afetados pela crise, acrescentou.
A organização recomendou aos governos manter ou fortalecer seus programas de integração de imigrantes e reforçar seus esforços contra a discriminação.