Energia foi à base de geradores, porque local não havia pago a conta de luz
Por Kleber Serrano*
O show da dupla de cantores sertanejos Victor & Leo em Pompano Beach, no dia 2 de março, estava cercado de grandes ansiedades por todos seus fãs do sul da Flórida. Os ingressos estavam praticamente esgotados já na quinta-feira, dia que antecedia o então mega show.
Tudo começou a ir por água abaixo quando a administração do Club Cinema, local onde o show seria realizado, não pagou a conta de energia junto à FPL. E não era de se esperar outra situação. Afinal, amigos, tanto no Brasil como aqui, essas contas precisam ser pagas, caso contrário, suspendem o serviço. E foi isso que ocorreu. Há mais de vinte dias que a luz do Club Cinema estava desligada. Tempo suficiente para a produção do então mega show apoiar-se em pessoas responsáveis – já que a produtora do show vive em Nova York -, para que todos os detalhes estivessem em ordem, principalmente com a luz do local.
Na quinta-feira, a produtora do show, Rita, proprietária da Floripa Productions, recebeu a informação de que não havia luz no local e se desesperou. Mesmo com problemas de saúde, despencou-se para a Flórida para encontrar a solução.
Tinha recebido a informação, por parte das pessoas às quais havia delegado poderes para a organização do show, que haveria luz no local. Na sexta-feira, já no dia do show, a luz foi paga num ‘cash check’ da Sample Rd. com a Dixie Hwy, em Pompano Beach, no valor total de $23.002,00, mas não a tempo de ser religada. Solução imediata: alugar um gerador. Acontece que o gerador tem um limite de funcionamento, e às 12h30 da madruga tiveram que desligar as luzes, para trocar de gerador. Embora houvesse luz para os equipamentos, não havia ar condicionado e os refrigeradores do bar não puderam funcionar.
Por falar em bar, que desastre. O proprietário do Club Cinema não tinha dinheiro para comprar as bebidas. Mais uma vez, a produtora teve que apelar para pessoas até então estranhas à produção para que houvesse bebidas à disposição do público. Segundo informações colhidas no local, o bar ficou por conta do Café Mineiro. Além de não prestarem um servico à altura, cobraram preços exorbitantes. Uma cerveja, Bud Light ou Itaipava, custava $10. Uma extorsão, um roubo mesmo.
Podíamos ver que a área VIP estava lotada. Mas alguém pode me explicar o porquê da diferença de preço entre o ingresso pista e o VIP? Só se for a altura. Não havia suficiente segurança. Outra informação da produção do show é de que o Café Mineiro seria o responsável pelo camarim e pela mesa de frutas na área VIP. Quanto ao camarim, eu não sei, mas no VIP não havia uma mesa sequer de frutas.
O show começou bastante atrasado, sem coletiva de imprensa e sem nenhuma foto com patrocinadores. Nem mesmo o casal que subiu ao palco para dançar havia conseguido chegar até o camarim no final do show.
Victor e Leo, em respeito ao enorme público subiram ao palco, o Leo meio que inconformado, já totalmente esgotado pelo calor, e se pudesse teria trocado a camisa umas três vezes no palco.
Ficam aí lições para os próximos eventos na cidade. Rita, continue na luta, mas cerque-se de pessoas competentes e que possam lhe dar o devido suporte, sem macular a imagem de sua produtora. E o público, antes de comprar um ticket VIP, deve informar-se sobre a diferença de servico que justifique a diferença de preço. Muita gente fala de brasileiros enrolados na América, mas cuidado com americanos, muitas vezes a diferença é apenas o local de nascimento e o idioma.
*Kleber Serrano é editor do jornal online JournalBrazil – http://www.journalbrazil.com
Matéria originalmente publicada no JournalBrazil e gentilmente cedida para reprodução no AcheiUSA.
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