Histórico

Plano deixa a Varig sem 54,4% de sua malha de vôos

Empresa baixou ainda mais o preço para atrair os passageiros da Ponte Aérea

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aceitou nesta sexta-feira (11) o plano de linhas apresentado pela Varig e anunciou a abertura de um processo de licitação para redistribuir os vôos que a empresa não pretende mais operar. No plano, a Varig informa que abre mão de 54,4% de sua malha. Dos 272 vôos que a empresa operava até o início de maio, serão mantidos apenas 124. No aeroporto de Congonhas, mais concorrido do País, a Varig ocupava 125 slots (espaços para pousos e decolagens) e deixará de utilizar 53. Esses slots serão redistribuídos a partir de um sistema de rodízio. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, já foi comunicado formalmente da decisão da Anac de abrir licitação para redistribuir os slots.

Os slots, assim como os balcões de check-in e outras áreas ocupadas nos aeroportos, foram “congelados” pela Justiça do Rio durante o processo de recuperação judicial. Nos últimos dias, a VarigLog, ex-subsidiária que adquiriu a Varig em leilão, apresentou um plano no qual tentava garantir a manutenção dos slots e dos espaços nos aeroportos pelos próximos dois anos. Diante da possibilidade de ter seu plano rejeitado, a Varig acabou fazendo algumas alterações.

Ao aceitar o novo plano da Varig, a Anac deu início ao processo de homologação da Aéreo Transportes Aéreos S/A, denominação social da nova Varig. Em nota divulgada hoje, a Anac informou que o plano já está sendo analisado e que sua aprovação dependerá “de condições técnicas e operacionais, jurídicas e econômicas a serem apresentadas pela empresa”.

Airbus – A fabricante européia de aviões Airbus negou que esteja em negociações com a Varig, como disse na quinta-feira (10) o presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antonio Audi. “O grande cliente da Airbus no Brasil chama-se TAM que adquiriu 120 aviões da fabricante nos últimos oito anos”, afirmou o representante da Airbus no Brasil, Mário Sampaio.

Ele disse ainda que o relacionamento da Airbus com a TAM é “excelente” e que consultou a sede da fabricante em Toulouse, na França, e recebeu a informação de que “não existe negociação com outras companhias aéreas no Brasil”. Audi disse que a Varig estaria negociando com “todas as fabricantes”, incluindo a Airbus e a Embraer. A Embraer disse apenas que não comenta “possibilidades de negócios”.

Audi declarou que a Varig iria comprar, já nas próximas semanas, 50 aviões, num investimento estimado em US$ 300 milhões. Hoje a empresa voa com apenas dez aviões, mas o executivo afirma que até o dia 25 outros oito jatos serão incorporados à frota.

Passadas três semanas da compra da Varig, os novos donos ainda não conseguiram dar sinais de que conseguirão recuperar a companhia. Nos primeiros dez dias de agosto, a Varig obteve uma participação de mercado de 1,9%, inferior à da BRA e à da OceanAir. A taxa de ocupação nos aviões foi de 22% na Ponte Aérea, rota mais rentável do mercado, e 42% nos demais vôos no Brasil.

Nem com promoções bastante atraentes a empresa tem conseguido atrair passageiros. Depois de reduzir a Ponte Aérea para R$ 190 – ante cerca de R$ 300 na Gol – a Varig anunciou na quinta-feira mais descontos, para vôos fora do horários de pico. Nos finais de semana, a passagem caiu para R$ 159.

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