Histórico

Policial agride cabeleireiro em Broward

Agressão ocorreu na sexta-feira, dia 16 de setembro, no Sample Square Plaza, em Pompano Beach

Por: Kleber Serrano*

Tudo começou dois dias antes, quando dois funcionários do Andrea’s Hair Design, que funciona no Sample Square Plaza, foram interceptados por um policial na Dixie Hwy.

Na ocasião, Javier Barreto e seu colega de trabalho Ivan Quejada, atenderam à solicitação do policial e pararam. Porém, quando Javier percebeu que se tratava de um policial conhecido há muito tempo, evadiu-se do local dirigindo seu carro e conseguiu esconder o veículo no estacionamento do plaza, em uma área para que o policial não percebesse.

Já Ivan conseguiu chegar até o salão onde trabalha e pediu ajuda ao proprietário, Pedro de Lana Filho, que juntamente com seu funcionário foi ao encontro do policial para se colocar à disposição, uma vez que não concordava com a fuga do colega.

Entretanto, ao chegar na presença do policial, Ivan foi violentamente agredido pelo policial. Mesmo com seu patrão gritando para que não o agredisse, ele continuou a golpeá-lo e o algemou como se fosse um criminoso. A situação abrandou quando o Lana Filho conseguiu fazer o policial escutar que Ivan era casado com uma policial de Boca Raton, não era nenhum criminoso e o fato de se apresentar ao policial espontaneamente indicava não ter cometido nenhum delito.

Porém, na sexta-feira, por volta das 3 horas da tarde, enquanto trabalhava no Andrea’s Hair Salon, ao lado do Chang Express, o policial entrou inesperadamente no estabelecimento e deu uma gravata por trás em Javier, imobilizando-o e agredindo o rapaz na frente de várias testemunhas. Javier, no momento da agressão, estava com uma navalha na mão, fazendo a barba de um cliente e por pouco não ocorreu uma morte. Como a navalha estava na região da garganta do cliente, o risco do cabeleireiro ferir o cliente era enorme.

Mesmo diante de tantas agressões, ele conseguiu mais uma vez escapar da ação violenta do policial pela porta dos fundos. O policial Bob Golebiewski, cujo número de identificação é Ba no 14613, machucou duas funcionárias do salão, uma delas grávida, empurrando-a contra seu gabinete de trabalho enquanto a outra recebeu chutes do policial.

O ocorrido foi registrado num boletim de ocorrência, e as testemunhas estão à disposição de Javier para depor a seu favor contra a covardia e a violência de um homem que deveria estar ali para proteger a sociedade e não golpeá-la, num processo já aberto por Javier.
Ele foi detido, depois que a polícia cercou todo o local, emitindo ordens para que ninguém saísse de seus estabelecimentos e nem da escola que funciona próximo dali, como se estivessem buscando um elemento de alta periculosidade. Além das várias viaturas policiais, ainda havia helicóptero, num desperdício fenomenal de dinheiro público.

Tudo isto poderia ter sido evitado se o policial estivesse com um mandado judicial e procurado o proprietário do estabelecimento, realizando a operação de forma segura para a instituição, para o procurado e principalmente para as testemunhas que acabaram sendo vítimas de uma ação absurda. A situação só não ficou pior, porque Lana Filho ligou para o pastor Silar de Almeida pedindo a ajuda dele junto ao chefe de polícia, Al Lamberti, para que a situação fosse controlada.

O proprietário do Andrea’s Hair Salon, Pedro de Lana Filho, 45 anos, de Minas Gerais, ficou indignado por ter tido seu estabelecimento invadido bruscamente, colocando a vida de funcionários e clientes em risco por nada, uma vez que conhece muito bem Javier e tudo poderia ter sido evitado. Javier, por sua vez, foi preso naquela tarde e no dia seguinte estava sob liberdade.

Na volta ao trabalho, Javier estava bem vestido, bem disposto, alegre como sempre e sem nenhuma marca no corpo. Ao ser liberado da cadeia, no dia seguinte, já não parecia o mesmo. Segundo ele, foi violentamente agredido nas dependências da cadeia.
Agora, esperamos que sejam feitas as devidas correções nesse caso, uma vez que os imigrantes são, na maioria dos casos, discriminalizados e até marginalizados, pelo simples fato de não serem nascidos neste país por parte de algumas pessoas, incluíndo autoridades.

Os imigrantes envolvidos no episódio, são hispânicos, mas cidadãos americanos, assim como as brasileiras que testemunharam a ação brutal do policial e até foram agredidas por ele.


*Kleber Serrano, autor da reportagem, é dono do Journal Brazil, uma publicação on line, e gentilmente colaborou com o AcheiUSA

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