Histórico

Posse de Obama  reúne multidão e vira show em Washington

Aglomeração começou a partir das 5am, excesso de barricadas fez público andar em círculos e dar voltas enormes para andar uma quadra. Todos os prédios públicos estavam fechados incluindo os museus

Joselina Reis
Enviada especial à Washington

Posse de Obama  reúne multidão e vira show em Washington
Cerca de 800 mil pessoas ouvem discurso de posse de Barack Obama no dia
gelado na capital americana

Sem dúvida ir à posse de um presidente é participar de um pedacinho da história do país, mas o sacrifício precisa ser levado em conta e, às vezes, se consegue ver melhor assistindo pela TV do que cruzando cinco estados. A multidão que foi à Washington prestigiar a posse do presidente Barack Obama em seu segundo mandato pôde ver de tudo, desde a pompa da decoração azul, vermelha e branca até o excesso de barricadas nas ruas onde somente carros oficiais podiam transitar.

Para ter certeza que iria conseguir um lugar a uma, duas ou três milhas do presidente parte dos 800 mil visitantes (menos do que a posse em 2009 quando cerca de 1,1 milhão compareceu à posse do primeiro presidente negro do país) começaram a via sacra lá pelas quatro da manha. Ônibus de excursões vindos de toda parte do país, trazendo adultos e crianças, chegaram cedo antecipando a multidão. Algumas estações de metrô estavam fechadas (questão de segurança) e fez com que as aglomerações em alguns pontos fossem inevitáveis.

Para facilitar a vida dos turistas, as entradas para a Praça do Capitólio foram divididas em grupos sinalizados por cores. Mapas sobre o funcionamento das estações de metrô foram distribuídos aos milhões, pois carros eram proibidos na área central. Estima-se que pelo menos 400 mil pessoas usaram o metrô até às 2pm de segunda-feira. A data contou com o bilhete especial estampado com o rosto do presidente e preço especial.

Aliás, os rostos do presidente, da primeira dama e das duas filhas estavam estampados em todo tipo de mercadoria possível e imaginável. Bolsas, imãs de geladeira, camisetas, quadros, toucas, cachecóis e até mesmo jaquetas de couro. Alguns comerciantes querendo aproveitar o dia para faturar ofereciam aos turistas a possibilidade de tirar fotos ao lado de um pôster de Obama (de tamanho real) feito de papelão.

Segurança

Mas de uma coisa se pode ter certeza, ninguém, mas ninguém mesmo deixou de ser revistado pelo serviço secreto. As filas começavam até duas quadras antes do ponto de fiscalização. Todos sabiam que bolsas e sacolas não seriam permitidas e a polícia fez questão de verificar até mesmo se os celulares eram realmente celulares e se as câmeras realmente tiravam fotos. Nem mesmo a cantora pop Katy Perry se livrou do detector de metais, só das filas.

Uma vez passada a fiscalização, uma multidão de voluntários, cerca de 15 mil trabalhou no dia da posse, indicava o caminho. Poucos puderam ficar sentados no jardim do Capitólio, o restante teve que enfrentar o frio (na casa dos 30 graus F) em pé, aglomerado em áreas separadas por cercas e dezenas de policiais e militares.

Aliás, os militares eram tanto que, após a cerimônia de posse, os pedestres pouco podiam movimentar-se no centro da cidade. A área central foi fechada com barricadas (muitas delas feitas de blocos de concreto ou ônibus) fazendo com que a caminhada de uma quadra virasse uma jornada de uma milha ou mais.

Quem tentou pegar o metrô, tão logo o discurso terminou tentando assim evitar caos, não se deu bem. Esquinas viraram mar de pessoas que se apertavam e para muitos foi quase um milagre que nada grave tenha acontecido.

Os prédios ao redor do capitólio e prédios governamentais estavam todos fechados e poucos bares e lanchonetes abriram as portas para os milhões de visitantes que não podiam trazer suas caixas de isopor para um churrasquinho ou almoço.

A intenção era minimizar as chances de um possível atentado dos altos dos prédios. A polícia ainda colocava telas e cercas em algumas esquinas com policiamento do outro lado impedindo os mais espertinhos de escalar.

O tradicional desfile, o segundo e último evento aberto ao público (Obama, família, autoridades e artistas participaram de inúmeras outras atividades), também não era para qualquer um. A entrada custava entre $40 e $650 dependendo da distância do presidente. Cercas foram erguidas ao redor da Casa Branca e para passar pela segurança somente com entradas ou convites, mesmo assim o tempo para atravessar as barreiras foi limitado, após às 2:45pm ninguém mais passava.

Para os desavisados que passaram o dia a andar pelas ruas de Washington sem poder ver o desfile, o prêmio de consolação era esperar os grupos que desfilavam na saída do trajeto.

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