Histórico

Problemas de moradia afetam 54 milhões

De acordo com o Ipea, Região Norte tem os piores dados

Mesmo com as melhorias nas condições habitacionais observadas nos últimos 15 anos, ainda existem no Brasil cerca de 54,6 milhões de pessoas com condições de moradia inadequadas, o que correspondia a 34,5% da população urbana em 2007. O dado foi extraído da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2007 e divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em 1992, o porcentual da população urbana com condições inadequadas de moradia era 49,3%, segundo o estudo. As desigualdades regionais no acesso à moradia adequada ainda são bastante evidentes, com os indicadores de adequação da moradia do Sudeste e do Sul superando largamente os indicadores das outras 3 regiões. As piores condições de moradia em termos relativos encontram-se entre os moradores da região Norte. O Ipea destacou, no entanto, que o Brasil já conseguiu alcançar em 2007 a meta do milênio relativa ao acesso à água potável nas áreas urbanas, prevista para 2015. Segundo os dados, existe água canalizada de rede geral no interior do domicílio de 91,3% dos moradores em cidades. O instituto pondera, no entanto, que às vezes as médias nacionais podem mascarar a existência de desigualdades regionais e sociais. “É possível verificar que a meta da água para as áreas urbanas foi alcançada para 4 das 5 macrorregiões do país, à exceção da Região Norte”, exemplificou.

Segundo o Ipea, o porcentual da população urbana que sofre com o ônus com aluguel teve um ligeiro aumento em relação aos valores observados em 2006, que era de 3,2%. De acordo com o instituto, isso mostra que “a moradia ficou relativamente menos acessível financeiramente para a população no último ano, acompanhando uma tendência crescente desde 1992”. De acordo com os dados, Brasília ficou no topo das dez principais regiões metropolitanas brasileiras que mais sofrem com o problema do ônus com aluguel. Nada menos que 6,9% dos moradores da capital federal comprometem mais de 30% de sua renda mensal com o aluguel. A taxa supera os níveis de São Paulo (4,9%) e do Rio de Janeiro (4,5%). Na análise regional, a população que mais sofre com o ônus excessivo com o aluguel está concentrada na região Sudeste (3,1 milhões), exatamente a mais densamente povoada do país.

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