Histórico

Quatro milhões de indocumentados entraram legalmente nos EUA

Governo quer aumentar controle sobre pessoas que ficam no país depois de expirar seus vistos de paermanência

Entre os 11 milhões de indocumentados que vivem hoje no país, segundo as estimativas, cerca de quatro milhões entraram de maneira legal nos Estados Unidos, ou seja, com um visto concedido pelo governo americano. No entanto, decidiram ficar depois de ter expirado seus vistos de permanência temporários.

As informações oferecidas pelo Departamento de Segurança Nacional e levadas até o Congresso geraram uma proposta que obrigaria um controle daqueles que saem do país assim como o que já existe para aqueles que entram nos EUA.

Uma reportagem publicada no diário Los Angeles Times estima que até 40 por cento (4,4 milhões) dos 11 milhões de imigrantes indocumentados que estejam nos EUA chegaram com vistos legais e nunca retornaram.

O jornal californiano acrescenta que os estrangeiros que entram nos Estados Unidos nos aeroportos e portos marítimos têm a obrigação de passar seus 10 dedos em um dispositivo de impressões digitais e submeter-se a uma fotografia de alta resolução para o software de reconhecimento facial. Os dados são compartilhados com os órgãos federais para fazer cumprir a lei, mas não são comprovados pelas autoridades de imigração quando o visitante abandona o país.

Acompanhar as saídas dos estrangeiros que visitam os Estados Unidos pode ser obrigatório se for aprovada a proposta que faz parte da reforma imigratória que atualmente se discute no Senado.

A proposta propõe fazer um acompanhamento biométrico que pode tirar as impressões digitais, fazer escaneamentos de retina e outros dados de identificação únicos para os estrangeiros que viajarem nos voos internacionais dos 30 aeroportos de maior tráfego nos Estados Unidos. Esta disposição foi proposta para ser realizada em um prazo de seis anos.

O Los Angeles Times menciona que esse ponto da reforma imigratória tem gerado polêmica entre membros do Departamento de Segurança Nacional que asseguram ser a proposta desnecessária e muito cara.

Funcionários do Departamento de Segurança Nacional dizem que eles já estão montando um sistema computarizado para revisar as informações das reservas aéreas – nome, idade, sexo e outros dados pessoais – em relação às bases de dados da imigração.

Dizem ser mais simples, menos caro e mais eficiente do que o projeto de lei do Senado. As autoridades federais comparam os dados com uma lista de “não voar” na qual são colocados os suspeitos com supostos vínculos com o terrorismo, por exemplo.

“Temos agora a capacidade de identificar, com um alto grau de certeza, sobre uma base em tempo real, aqueles que ficam além dos termos de sua entrada legal nos Estados Unidos”, disse David Heyman, secretário adjunto para a política do Departamento de Segurança Nacional.

Pontos fracos da proposta

Outro ponto que invalida a proposta da revisão para os estrangeiros que partirão de concorridos aeroportos é que muitos estrangeiros viajam por terra.

O governo do Canadá compartilha informações com os Estados Unidos sobre os fluxos imigratórios de quatro postos fronteiriços (dois em Nova York e dois no estado de Washington) e a cooperação pretende expandir-se para o resto da fronteira norte durante o verão.
O diário californiano escreve que os funcionários americanos gostariam de dados similares (nomes, idades e outros dados pessoais) da fronteira sul, mas as autoridades imigratórias mexicanas não têm um sistema informático nos pontos de travessia para recolher estas informações.

Estima-se que a aplicação de controles biométricos nas fronteiras (por onde a maioria dos viajantes entram e saem dos Estados Unidos a cada ano) teria um custo de 25 bilhões de dólares, segundo os funcionários do Departamento de Segurança Nacional.
No entanto, estes controles para verificar os dados dos viajantes estrangeiros que deixam o país não ajudariam os agentes de imigração a encontrar as pessoas que ficaram ilegalmente no país.

A este respeito, Stewar Baker, ex-chefe da política do Departamento de Segurança Nacional confessou ao Los Angeles Times que continua um pouco cético sobre o valor de um sistema de controles biométricos.

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