Negociações bem-sucedidas sobre segurança na fronteira abrem caminho para uma votação nos próximos dias
O projeto de reforma imigratória que tramita no Senado ganhou grande impulso. Senadores-chave no debate disseram que estão muito próximo de um acordo bipartidário sobre um dos aspectos mais delicados da reforma, a segurança na fronteira.
“É um passo fundamental para aprovar o projeto. Tudo deve se definir nas próximas 24 a 36 horas”, disse o senador Lindsey Graham (R-SC) na noite de quarta-feira, depois de um longo dia de negociações.
De acordo com o compromisso acordado, o governo vai legalizar os imigrantes ilegais nos Estados Unidos ao mesmo tempo que reforça as medidas de proteção das fronteiras.
Mas os green cards, que garantem a residência permanente, não vão ser emitidos até que as medidas sejam completadas.
O aumento na segurança da fronteira vai dobrar o número de agentes do Border Patrol (polícia fronteiriça), acrescentando 20 mil novos agentes à corporação. Também está prevista a contrução de mais centenas de milhas de muro na fronteira com o México e a compra de mais ‘drones’ (aeronaves não tripuladas de vigilância) para monitorar os movimentos do quem tente atravessar a fronteira ilegalmente. O custo de tudo isso está previsto em $30 bilhões a serem gastos em dez anos.
As medidas foram resultado da negociação entre o Grupo dos Oito (senadores que articulam a reforma) e os republicanos que ainda exigem alterações antes de se comprometerem a votar o projeto.
Se chegarem a um acordo, as mudanças vão abrir o caminho para uma tranquila votação bipartidária para passar a medida, uma bandeira importante para o segundo mandato do presidente Obama.
O senador Chuck Scumer (D-NY), um dos mais ativos partidários da reforma, disse que as conversas com os republicanos têm sido “realmente produtivas, Fizemos muitos progressos nas últimas 24 horas. Agora já temos alguma coisa para apresentar aos nossos respectivos aliados.”
Alguns republicanos ainda estão hesitantes em apoiar a regularização dos imigrantes que entraram ou estão ilegalmente no país sem que o governo implemente medidas que melhorem a segurança na fronteira que impeçam a passagem de pelo menos 90% dos que tentem cruzá-la ilegalmente.
Enquanto prosseguem os debates, os parlamentares que participam deles demonstram otimismo.
Na Câmara, os deputados republicanos procuram parecer mais amistosos para os latinos, um grupo que votou em massa no presidente Obama nas eleições presidenciais do ano passado.
O líder do Partido Republicano na Câmara, John Bohner, encontrou-se com líderes da bancada hispânica no Congresso, enquanto outros membros proeminentes do partido reuniam-se com líderes religiosos latinos.
“São conversas assim que os republicanos desejam”, disse a deputada Cathy McMorris Rodgers (R-WA), numa entrevista perto do Capitólio.
Em uma outra medida, o Comitê Judiciário da Câmara aprovou uma legislação que criando um programa que permitiria que trabalhadores rurais estrangeiros venham trabalhar temporariamente nos Estados Unidos.
A medida é uma das várias que estão sendo consideradas durante as últimas semanas de junho, como parte de uma abordagem caso-a-caso à questão imigratória na Câmara, em vez de tudo de uma vez, como no Senado.