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Republicanos apresentam exigências para aprovar a reforma imigratória

John Boehner, presidente da Câmara, afirmou ser a hora de resolver o problema da imigração nos Estados Unidos


John Boehner, presidente da Câmara, pode colocar em votação projeto de lei

O Partido Republicano apresentou na quinta-feira (30) uma lista de exigências para aprovar a reforma imigratória. Pelo texto, revelado logo após uma reunião dos integrantes do partido a portas fechadas em Maryland, os imigrantes indocumentados poderiam continuar nos Estados Unidos se atenderem a alguns pré-requisitos.

O documento, que foi estudado pelos líderes republicanos durante a reunião, mostra como o partido planeja seguir em frente no debate sobre a reforma imigratória.

Entre as partes mais marcantes no texto está a que diz que “não existirá nenhum caminho fácil à cidadania para indíviduos que quebraram as leis do país – isso seria injusto para com os imigrantes que sempre seguiram as regras e poderia ferir a promoção da lei”. Em seguida, o texto ainda afirma: “Porém, essas pessoas poderiam viver legalmente e sem medo nos Estados Unidos, mas somente se estiverem dispostas a admitir que são culpadas, não cometeram nenhum crime, paguem multas e impostos atrasados, falem inglês, tenham conhecimentos sobre os direitos civis americanos, sejam capazes de trabalhar para manter a família (sem necessidade de usar os fundos públicos). Pessoas com histórico criminal, membros de gangues e condenados por crimes sexuais e todos aqueles que não se enquadrarem nas regras acima não serão beneficiados com a reforma”.

Embora os republicanos afirmem que “não haverá nenhum caminho fácil para a cidadania americana”, não falam explicitamente que os imigrantes não poderão solicitar a cidadania. As ideias republicanas não são muito diferentes do plano já aprovado pelo Senado que prevê a possibilidade dos imigrantes obterem legalidade temporária, e eventualmente o green card. Por lei, após um período de cinco anos com o green card em mãos, o imigrante pode pedir a cidadania americana.

O documento divulgado pelos republicanos após a reunião afirma ainda que nada poderá ser feito até que “certos problemas de segurança sejam resolvidos”.

Sobre as crianças trazidas para os Estados Unidos ilegalmente pelos pais, os líderes republicanos apontaram a possibilidade de oferecer cidadania se eles também se enquadrarem em algumas exigências, como servir as forças armadas ou obter diploma universitário.
Pelo planos dos republicanos, a segurança na fronteira seria reforçada ao extremo e uma política de “tolerância zero” seria implantada para aqueles que entrarem ilegalmente no país ou ficarem além do tempo permitido pelo visto. Os líderes republicanos também querem implantar um sistema federal para controlar a contratação de trabalhadores, chamado “sistema de rastreamento de vistos de entrada” e prevê ainda o aumento do número de vistos para trabalhadores com alto de grau de conhecimento.

O resultado da reunião dos republicanos agradou os democratas. “Mesmo que estas exigências não sejam o que esperávamos, elas mostram uma real possibilidade de os democratas e republicanos, no Senado e na Câmara, poderem de alguma maneira entrar em acordo e passar uma reforma imigratória”, disse o senador Chuck Schummer (D-NY).

Durante o encontro, os republicanos também concordaram que o processo para a reforma imigratória não deve ser implantado todo de uma vez, e sim em partes. Eles indicaram que preferem aprovar leis aos poucos.

Os republicanos vão continuar os encontros a portas fechadas como o ocorrido na quinta-feira (30) e os líderes acreditam que devem chegar a um consenso ainda neste fim de semana. “É hora de resolver o problema da imigração”, disse John Boehner, “mas como vamos lidar com isso é que é importante”, finalizou.

Pressão

A reunião dos republicanos ocorreu depois do presidente Barack Obama fazer seu quinto discurso sobre o Estado da União, um discurso de pouco mais de 60 minutos no qual dedicou cerca de 60 segundos para falar da reforma imigratória. “Se falarmos a sério sobre o crescimento econômico, é hora de responder ao chamamento de nossos líderes empresariais, líderes trabalhistas, líderes espirituais e de cumprimento da ordem pública, e consertar nosso sistema de imigração que não funciona”, disse o mandatário.
Obama citou a aprovação em junho do plano S. 744 que contou com apoio bipartidário e disse: “Sei que os membros de ambos partidos querem fazer o mesmo”.

Depois de mostrar alguns dos benefícios da reforma imigratória para a economia americana, o mandatário indicou que “quando as pessoas vêm aqui para tornar realidade seus sonhos (estudar, inventar e contribuir com a nossa cultura) fazem com que nosso país seja um lugar mais atrativo para as empresas encontrar empregados e criar trabalhos para todos. Tomara que consigamos este ano aprovar uma reforma imigratória”.

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