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Romero Britto resolve processar a Apple

Artista pernambucano alega que gigante da tecnologia fez uso indevido de suas ilustrações para promover linha de iPad

Peça usada pela Apple para promover iPads e que teria, segundo Britto, feito uso indevido de sua arte
Peça usada pela Apple para promover iPads e que teria, segundo Britto, feito uso indevido de sua arte

COLABORAÇÃO (com Associated Press) – O artista brasileiro Romero Britto, que já foi foi nomeado embaixador das artes do Estado da Flórida pelo ex-governador Jeb Bush, está processando a Apple e uma empresa de design em um tribunal de Miami. A acusação é de utilização de seu trabalho em uma campanha de marketing da marca de tecnologia, informou na terça-feira (14) a agência de notícias Associated Press.

A ação cobra indenização da Apple e da dupla de designers Craig Redman (de Nova York) e Karl Maier (de Londres), sócios da empresa Craig & Karl. O valor da indenização ainda não foi especificado.

A campanha “Start Something New” (“crie algo novo”) tem como objetivo fazer com que artistas criem obras apenas com produtos da Apple. Uma das imagens criadas é a de uma mão estendida com desenhos coloridos que fluem de um dedo. A figura foi licenciada da Craig & Karl pela Apple.

A ação de Britto, apresentada na semana passada em Miami, em nome de sua empresa, traz uma série de alegações. Entre elas, constam violação de direitos autorais e concorrência desleal. Além disso, a ação pede para que o juiz distrital proíba a utilização das imagens que seriam de Britto.

Procurada pela Associated Press, a Apple não quis comentar. Craig & Karl não responderam perguntas enviadas por e-mail pela agência.

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Romero Britto resolve processar a Apple

Romero Britto resolve processar a Apple

Depois de investigar a origem da imagem da Apple, de acordo com o processo, os advogados de Britto notaram semelhanças entre os trabalhos de Craig & Karl e do artista brasileiro. Mesmo que uma imagem não seja cópia exata, os advogados citaram como semelhanças o uso de cores brilhantes e padrões repetidos vistos como imitações do estilo de Britto. “Esta combinação específica de elementos visuais quando tomados em sua totalidade cria uma impressão visual de conjunto que é exclusivo ao trabalho de Britto”, diz a ação judicial.

“Redman e Maier usaram sistematicamente os trabalhos de arte de Romero Britto para conseguir participar de projetos e progredir em suas carreiras. Eles lucraram indevidamente com o carinho imensurável que o consumidor tem por Britto, algo construído por décadas de trabalho incansável”, diz a ação judicial.

De Disney a Coca-Cola
Britto, 51, nasceu em Pernambuco em 1963 e imigrou para os Estados Unidos em 1988. O artista tem acordos de licenciamento de sua arte para inúmeras empresas (entre elas, corporações do quilate da Disney) e marcas que vão de Coca-Cola e Mattel à organização da Copa do Mundo. Suas obras adornam prédios públicos na Flórida, em Washington DC e em New York, além de estarem também em pontos importantes de nações europeias como Suíça e Mônaco. O artista possui sua principal galeria, a Britto Central, em Miami Beach, na movimentada Lincoln Road.

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