Histórico

Vietnamita “rei das unhas” leva rede americana para o Brasil

A trajetória do vietnamita Charlie Quy Ton, hoje com 35 anos, começou com um barco de madeira. Foi nele que sua mãe o colocou para que tentasse a sorte nos Estados Unidos, aos 14 anos. Depois de uma parada nas Filipinas, ele conseguiu seguir para o continente americano. Instalado no sul do país, no estado da Louisiana, fez faculdade de engenharia química e graduou-se sem um bom emprego à vista.

Ele já havia se casado, e sua mulher era dona de um salão de manicure. Nos Estados Unidos, muitas imigrantes vietnamitas adotam essa ocupação. Ton viu no negócio uma oportunidade para inovar e crescer. “No começo, eu não gostava da atividade. Eu tinha acabado de me formar engenheiro. Mas eu não tinha dinheiro e queria ficar rico em pouco tempo”, diz o empreendedor.

Ton analisou o mercado, os produtos e serviços que oferecia e o público consumidor. Um aspecto muito importante para o crescimento do negócio era o ponto comercial, e foi isso que ele atacou primeiro. “Precisávamos de tráfego de pessoas, então pensei nas lojas do Walmart.” A gigante do varejo americano relutou em aceitá-lo nos seus corredores, mas por fim o deixou abrir um salão em um espaço que havia ficado vazio. Foi o começo da Regal Nails.

Ele investiu em inovação e desenvolvimento de produtos – para isso, abriu outra empresa, a Alfafa, que é fornecedora dos salões. Criou até móveis e desenvolve técnicas para o cuidado com as unhas. Expandiu-se por meio do franchising e vislumbrava ter 200 unidades. Quando atingiu essa meta, traçou outra: mil lojas. Agora que também já ultrapassou essa marca, com franquias nos Estados Unidos, no Canadá, em Porto Rico e na Austrália, quer contabilizar 2.200. Seu próximo mercado será o brasileiro: a primeira unidade abre em novembro, em Natal (RN).

Um dos segredos do sucesso das franquias é a ênfase na padronização. Para entregar um serviço rápido, de qualidade e relaxante, as manicures precisam passar por treinamento de dez dias. Os consultores de campo verificam todos os detalhes da unidade e da apresentação dos funcionários. No Brasil, não será diferente. E Ton terá o desafio de enfrentar hábitos arraigados nas manicures brasileiras. “As profissionais demoram demais para pintar as unhas. Com o nosso método, não é preciso nem limpar o esmalte que suja o dedo, porque a pintura é perfeita”, diz. “A preocupação é reter a profissional que já estiver treinada.”

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