Antonio Tozzi Esportes

Chicago Cubs, campeão da MLB… depois de 108 anos

A maldição acabou! Quando o Chicago Cubs havia sido campeão Al Capone tinha apenas sete anos de idade, Thomas Edison e Mark Twain ainda estavam vivos. O Chicago Cubs, fundado em 1876, então foi bicampeão com uma forte equipe comandada pelo técnico Frank Chance no bicampeonato da equipe nas temporadas de 1907 e 1908. Essa quarta-feira, 2 de novembro de 2016, acaba de entrar no rol das datas mais significativas do esporte profissional americano. Afinal, após 108 anos, o Chicago Cubs quebrou a maldição para se tornar o novo campeão da MLB (liga de beisebol dos EUA) batendo o Cleveland Indians por 8 a 7, na prorrogação, no campo do adversário, o Progressive Stadium. E a conquista tem ainda um sabor especial porque o time da Cidade dos Ventos esteve à beira da derrota na série decisiva da World Series depois de ver a equipe de Cleveland abrir 3 a 1. Ou seja, somente precisva de uma vitória para conquistar o título e ainda jogava duas partidas em seu estádio. Contrariando a lógica, os North Siders derrotaram o adversário nos três últimos jogos para ficar com o ambicionado título e transformar Joe Maddon no segundo técnico a se tornar campeão à frente do time do norte de Chicago.

ϒ Jogo emocionante

Até eu que não sou muito fã de beisebol não consegui desgrudar da TV até o final da partida, que foi emocionante. Depois de abrir 1 a 0 no primeiro inning, o Chicago Cubs sofreu o empate no terceiro inning. No entanto, em sequência, abriu uma vantagem de 5 a 1 no Quinto inning prenunciando uma vitória fácil do time visitante. Porém, o time da casa não queria ser derrotado com facilidade e diminuiu a diferença para 5 a 3. Um home run solitário de David Ross, de 39 anos (o jogador mais velho a fazer pontos em uma final de Campeonato da MLB), ampliou a vantagem para 6 a 3 no sexto inning. A entrada do pitcher Mark Chapman foi desastrosa para o time de Chicago por ter permitido que Jadai Davis batesse um home run e empatasse o jogo em 6 a 6. No último inning, nenhuma das equipes marcou pontos e o jogo seguiu para a prorrogação. Para mais dramaticidade, começou uma forte chuva e a partida ficou interrompida por meia hora. Depois de a lona ser retirada, o jogo foi reiniciado e duas boas rebatidas de Schwarber e Rizzo permitiram ao time visitante lotar as bases e, assim, a equipe de Chicago marcou dois pontos e fez 8 a 6, com Shawn e Bauer revezando-se como pitchers. Chegou, então, a vez do Indian Cleveland começar a bater. Edwards Jr fez um bom trabalho e eliminou dois batedores, no entanto, com medo Guyer permitiu que ele avançasse para base. Chegou a vez do temido Davis bater. Sentindo a falta de confiança do jovem Edwards Jr, o técnio Joe Maddon colocou o experiente Montgomery no mound. Ele pressionou o batedor, até que Davis conseguisse uma rebatida. A jogada permitiu que Guyer marcasse seu ponto, mas o lançamento de Bryant para Rizzo determinou a vitória do Chicago Cubs e a quebra da maior maldição do esporte profissional dos Estados Unidos. Anthony Rizzo colocou a bola em seu bolso como um troféu.

ϒ Os destaques e as maldições

O MVP (Jogador Mais Valioso) da série foi Ben Zobrist, que no ano passado foi campeão pelo Kansas City Royals, outra equipe que estava na fila há muito tempo. E David Ross, campeão com o Cubs, jogava pelo Boston Red Sox, em 2004, quando eles derrotaram justamente o Chicago Cubs para quebrar sua maldição de não vencer um campeonato desde 1918. Ironicamente, o técnico era Terry Francona que esta temporada esteve à frente do Indian Cleveland. Pelo menos agora, o Chicago Cubs eliminou um de seus apelidos, The Adorable Losers, que agora ficou para o Arizona Cardinals, da NFL, cujo última conquistado foi em 1947 e para o próprio Indians Cleveland, que faturou um título apenas em 1948. Como sou fã dos underdogs, passarei a torcer por eles, como já havia torcido anteriormente pelo Boston Red Sox e pelo Chicago Cubs.

ϒ A seca do Atlético Mineiro

Por falar em fila no esporte profissional, lembramos do Atlético-MG. Apesar de ter sido várias vezes campeão mineiro e ter conquistado a Copa Libertadores da América em 2013, com o técnico Cuca no comando, e ter obtido o título de campeão da Copa do Brasil com Levir Culpi como treinador, o Galo persegue o ambicionado título de campeão brasileiro, pois foi a primeira equipe a conquistar o Campeonato Brasileiro em 1971, com o técnico Telê Santana, e depois disto nunca mais venceu a competição. Este ano tem possibilidades reduzidas (2%) de colocar a faixa de campeão brasileiro no peito, portanto, uma derrota ou empate em Curitiba contra o Coxa fará a comissão técnica priorizar definitivamente a conquista da Copa do Brasil para chegar à Copa Libertadores da América em 2017 e colocar mais um troféu em sua prateleira de conquistas.

ϒ Galo na final da Copa do Brasil

O empate de 2 a 2 diante do Internacional selou a passagem do Alvinegro das Alterosas para a final da Copa do Brasil, após ter sofrido muito e ter feito sua torcida sofrer bastante no Estádio Independência. O Colorado abriu o placar aos 26 minutos do primeiro tempo com Aylon depois de uma boa troca de passes do ataque da equipe sulista. O centroavante Pratto serviu Robinho no final do primeiro tempo para o craque empatar e fazer mais de 20 mil espectadores explodir de alegria. Alegria que se transformou em apreensão após uma falha bisonha de Victor que tentou sair jogando com os pés e perdeu a bola para Anderson recolocar o Inter em vantagem pouco antes do intervalo. Na etapa final, o time da casa partiu para o abafa e viu o esforço ser recompesado. Desta vez, Robinho retribuiu o presente e deixou o atacante cara a cara com Danilo Fernandes. O argentino não perdoou e decretou o empate, garantindo o Galo na final, pois o time de Belo Horizonte havia vencido o adversário no Beira Rio por 2 a 0 no jogo de ida. Agora, o Galo joga contra o Coritiba pelo Brasileirão enquanto o Internacional, que briga para fugir da zona de rebaixamento, vai a São Paulo enfrentar o líder Palmeiras no Allianz Parque.

ϒ Grêmio chega a mais uma final da CB

O abraço de Renato Gaúcho em sua filha foi a imagem marcante no empate de 0 a 0 entre Grêmio e Cruzeiro. O Tricolor dos Pampas ainda teve um gol de Luan mal anulado pela arbitragem, mas isto nem comprometeu a classificação de um dos maiores ganhadores da Copa do Brasil juntamente com a Raposa de Minas, ironicamente a equipe que foi eliminada na semifinal. Ambas equipes foram campeãs da competição quatro vezes. Agora, o Grêmio, que havia batido o Cruzeiro no Mineirão por 2 a 0 no jogo de ida, tem a possibilidade de se tornar o maior vencedor do torneio, se derrotar o Atlético MIneiro nas finais, marcadas para os dias 23 e 30 de novembro. A CBF definirá na sexta-feira (4) a ordem dos mandos de jogos. Pelo Brasileirão, a situação do Grêmio é tranquila. O time de Porto Alegre ocupa a 8ª posição e recebe o desesperado Sport Club do Recife na segunda-feira (7) à noite, enquanto o Cruzeiro, que está em 13º lugar, enfrenta o Fluminense no domingo (6) no Mineirão. É um jogo difícil, porque a Raposa quer marcar pontos para se afastar definitivamente do Z4 e o Tricolor das Laranjeiras ainda aspira por uma vaga no G6, que dará uma vaga na Pré-Libertadores de 2017.

ϒ O fenômeno Marcelo Oliveira

O técnico do Atlético Mineiro é um fenômeno. Em seis anos, ele chegou à cinco finais da Copa do Brasil. Em 2011, ele treinava o Coritiba e foi à final, sendo derrotado pelo Vasco da Gama. No ano seguinte, outro vice-campeonato, desta vez o Coritiba foi batido pelo Palmeiras de Felipão – que também chegou a cinco finais da Copa do Brasil. Em 2014, ele treinava o Cruzeiro – onde sagrou-se bicampeão nas temporadas 2013 e 2014 -, mas teve de se contentar outra vez com o vice-campeonato da Copa do Brasil, após ter perdido para o arquirrival Atlético Mineiro. No ano passado, finalmente a redenção. No comando do Palmeiras, ele sagrou-se campeão da competição, quando o Verdão derrotou o Santos nas finais do torneio. Agora, à frente do Galo, ele tenta seu segundo título. Seria especial, porque nunca escondeu ser um torcedor atleticano, clube onde fez também uma bela carreira como jogador.

ϒ O grande feito da pequena Chapecoense

A Chapecoense mais uma vez provou que é grande, desta vez mostrando sua envergadura, ironicamente, através de seu baixinho. No Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, o Verdão enfrentou o San Lorenzo de igual para igual, foi melhor no primeiro tempo, quando levou o gol, mas se manteve organizada e empatou na etapa final com gol de Ananias e seu 1m69: 1 a 1. Depois de alcançar um feito inédito na história do futebol catarinense, chegando em uma semifinal internacional, o Verdão conseguiu marcar o primeiro gol como visitante na Sul-Americana 2016 contra o time do Papa e dar um passo importante para uma cada vez mais palpável final histórica. Tudo começou em 2015, quando teve sua primeira participação internacional diante do Libertad – venceu nos pênaltis, mas caiu nas quartas de final ao perder para o River Plate no placar agregado (4 a 3). No ano seguinte, a atual temporada, avanço atrás de avanço. Virada sobre o Cuiabá na fase nacional, classificação nos pênaltis diante do Independiente. Depois, o Junior Barranquilla, com derrota fora, mas atropelando os colombianos com 3 a 0 na Arena Condá. E a Chape chegou na semifinal contra mais uma pedreira. O San Lorenzo, com a benção do Papa Francisco, porém, ainda não foi suficiente para intimidar Índio Conda, que há apenas cinco anos estava na Série C. Hoje o time do Oeste catarinense joga como os grandes. Apesar da pequena experiência internacional, apenas no seu segundo ano, o clube inteiro amadureceu com o passado recente e a força adquirida ficou comprovada no 1 a 1 em Bueno Aires. Agora, basta um empate em 0 a 0 em Chapecó para ir à final contra Cerro Portenho, de Assunção, ou Atlético Nacional, de Medellín, atual campeão da Copa Libertadores da América 2016.

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